Aumento do Preço com Gestão da Oferta

 

Aumento do Preço com Gestão da Oferta

 

O mercado imobiliário no segmento habitacional está dinâmico, verificando-se que muitos promotores e construtores estão a gerir a oferta para venda das casas novas, com o intuito de gerar escassez e por sua vez aumentar os preços de venda.

 

Este comportamento altera o mercado e tem acontecido, sobretudo em localizações especificas onde a procura é já de si forte face à oferta. A construção nova não é um produto que esteja disponível no imediato, ou seja, necessita de tempo. O ritmo da construção não está a acompanhar o da procura, assim há claramente um “gap” de mercado, o que tem permitido do lado da oferta gerir o preço e a quantidade a disponibilizar, limitando as vendas num claro interesse em incrementar o preço das casas supostamente disponíveis. Trata-se duma tentativa de conseguir extrair do mercado mais ganhos e maximizar os proveitos, proporcionado por compradores que se veem limitados na oferta existente/nova em determinadas localizações.

 

São vários os motivos e condições para que tal esteja a ocorrer, entre elas posso enumerar as seguintes:

– A tendência de descida das taxas de juro;
– Aumento do montante das poupanças das famílias;
– Alterações nas condições profissionais, com o teletrabalho;

– Preços de arrendamento elevados, parte da oferta residencial direcionada para esse segmento;

– Escassez de mão de obra especializada para a construção;
– Atrasos nas entregas de materiais de acabamentos na construção civil;
– Aumento dos custos/tempo de construção.

 

Neste contexto o preço das novas habitações vai aumentando, sendo que a gestão das vendas efetuada pelos promotores em conjugação com as suas equipas de comercialização, juntamente com empresas de mediação imobiliária. Havendo efetivamente inúmeros registos de promotores a recusarem compradores porque não têm produto para tanta procura, aquelas habitações que têm disponíveis (atualmente ou curto prazo) estão a vender por valores mais elevados, pelo que alguns compradores entram nesta “corrida” com preços de compra acima dos pedidos inicialmente. Em alternativa há também a possibilidade de comprar (promessa) de construção futura que em muitos casos nem sequer ainda está iniciada, nem em “pipeline”.

 

Na ótica da avaliação imobiliária, que é aquela que corresponde ao mercado há e haverá sempre negócios fora da lógica do mercado e que entram já numa dimensão especulativa, pois na realidade estão a vender mais casas do que aquelas que se conseguem construir, atirando para o futuro ou muito para a frente a entrega da mesma, numa tentativa de dar resposta e acompanhar a procura por casas novas. Por outro lado, restringindo o número de casas em venda vai automaticamente gerar o aumento do preço das mesmas. Como resultado vamos assistindo a crescimentos significativos no preço da habitação em certas zonas. Neste contexto e em termos de avaliação é exigido aos peritos a necessária prudência e conhecimentos destes fenómenos no âmbito das suas zonas de atuação.

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